16 de abril de 2012

E tudo vira poesia

E Curitiba, mais uma vez, me surpreende.
Ô terrinha fértil, heim?
Ontem, em mais um passeio pela Feira do Largo da Ordem, encontrei uma figura daquelas que parecem saídas de filmes de sessão da tarde sobre cientistas malucos e geniais: Hélio Leites.
Passei despercebida pela sua barraca, mas me chamou a atenção um "cartaz" bordado, cheio de botões e coisinhas mínimas, dizendo: "Contador de Histórias". Como adoro uma boa história, e a pessoa que se apresentava na barraca era, no mínimo, muito interessante, parei.
Seu nome é Hélio Leites. Não sei sua idade, sua naturalidade e nem nada. Só sei que ele é demais.
Hélio é um artista completo. Com ninharias, coisas mínimas, lixos, ele produz artigos únicos, recheados de histórias. Cada peça é uma poesia. Uma poesia que o artista não exita em declamar e explicar. Dotado de uma inteligência filosófica, poética e sagaz, Hélio materializa os ditos populares, as anedotas, os jargões, a poesia popular, o cordel. Materializa sentimentos, emoções e ações humanas.

Sua arte é a do encontro. Laços, união, pontes entre as pessoas.
Em conversa, Hélio falou sobre uma das suas obras, feita com palito de picolé. Segundo ele, muita gente pisa num palito de picolé. Ele, porém, transforma um palito em arte e vende por R$ 6,00. Com esses R$ 6,00, compra pão, enquanto alguém está pisando no alimento, sem perceber.

Hélio transforma coisas inúteis em algo mais inútil ainda: arte! Porque (e sempre caímos em Leminski) a arte, assim como a poesia, é um inutensílio.

E - acredite se quiser - conheceu Leminski. O poeta escreveu o texto "O significador de insignificâncias" dedicado ao Hélio. E, nessa altura da conversa, tive vontade de passar o restante do dia ouvindo e observando o artista.

Para conhecer mais sobre o Hélio, vá até a Feira do Largo da Ordem e procure pela criatura mais encantadora e interessante: um cabeludo, falador, cientista, poeta e colorido, que estará esperando, com certeza, para contar algumas histórias.

Recentemente, Hélio lançou um livro sobre sua arte: Mínimos. (2º link)

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