20 de agosto de 2012

Down by the Sally Gardens - William Butler Yeats

Há alguns meses descobri um poeta irlandês: William Butler Yeats. Uma deliciosa descoberta. Encantei-me por um poema, em especial: “Down by the Sally Gardens”. Nele, temos uma triste história de amor que não se realizou e uma vida que passou despercebida: simplesmente passou. Recheado de metáforas, o poeta reflete sobre o quanto a vida é efêmera, passageira, e o quanto essa passagem pode ser dolorosa. O eu-lírico dialoga com seu passado, vivendo um constante ir e vir. Ao voltar, delicia-se revendo imagens. O presente, em contrapartida, é doloroso, triste e melancólico; “and now am full of tears”.

Ao terminar o parágrafo acima, uma canção de outro grande poeta me veio à cabeça: “alegria é a melhor coisa que existe, é assim como a luz no coração (…) mas pra fazer um samba com beleza é preciso um bocado de tristeza, senão não se faz um samba, não.” No “Samba da bênção” Vinicius brinca com o paradoxo entre tristeza e felicidade, evocando toda sua tristeza para fazer seu bom e eterno samba. E quanta coisa boa surgiu da tristeza, não? Vinicius de Moraes e W.B Yeats (e tantos outros) que o digam. E quanto a mim, quero mais é ficar triste!


Down by the salley gardens my love and I did meet;
She passed the salley gardens with little snow-white feet.
She bid me take love easy, as the leaves grow on the tree;
But I, being young and foolish, with her would not agree.

 In a field by the river my love and I did stand,
And on my leaning shoulder she laid her snow-white hand.
She bid me take life easy, as the grass grows on the weirs;
But I was young and foolish, and now am full of tears. 




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