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18 de junho de 2012

Uma das mais belas canções do Chico.. poesia pura.

O que será (À flor da pele) - Chico Buarque


O que será que me dá
Que me bole por dentro, será que me dá
Que brota à flor da pele, será que me dá
E que me sobe às faces e me faz corar
E que me salta aos olhos a me atraiçoar
E que me aperta o peito e me faz confessar
O que não tem mais jeito de dissimular
E que nem é direito ninguém recusar
E que me faz mendigo, me faz suplicar
O que não tem medida, nem nunca terá
O que não tem remédio, nem nunca terá
O que não tem receita

O que será que será
Que dá dentro da gente e que não devia
Que desacata a gente, que é revelia
Que é feito uma aguardente que não sacia
Que é feito estar doente de uma folia
Que nem dez mandamentos vão conciliar
Nem todos os unguentos vão aliviar
Nem todos os quebrantos, toda alquimia
Que nem todos os santos, será que será
O que não tem descanso, nem nunca terá
O que não tem cansaço, nem nunca terá
O que não tem limite

O que será que me dá
Que me queima por dentro, será que me dá
Que me perturba o sono, será que me dá
Que todos os tremores me vêm agitar
Que todos os ardores me vêm atiçar
Que todos os suores me vêm encharcar
Que todos os meus nervos estão a rogar
Que todos os meus órgãos estão a clamar
E uma aflição medonha me faz implorar
O que não tem vergonha, nem nunca terá
O que não tem governo, nem nunca terá
O que não tem juízo
 

19 de dezembro de 2011

Show do Chico Buarque - 16/12/2011 no Teatro Guaíra - Curitiba/PR


Com 20 minutos de atraso e uma platéia inquieta, Chico entra. “Velho Francisco” é a primeira canção, “vida veio e me levou”. Um tímido boa noite, quase inaudível, arranca aplausos eufóricos e calorosos do público. E o show segue. O repertório não poderia ser melhor. Os clássicos “Geni e o Zepelim”, “O meu amor”, “Tereza”, “Ana de Amsterdã” foram cantados como hinos pela platéia. A melancólica “Anos dourados” e “Injuriado” foram de encher os lhos de lágrimas. E o que dizer de “Bastidores”? “Cantei, cantei, nem sei como cantava assim”. O novo disco, “Chico”, fez parte do repertório. Todas as mbúsicas foram lindamente cantadas, acompanhadas de algumas vozes da platéia. “Sinhá” foi de matar: o flautista Marcelo e Jorge Helder batucaram, batucaram, batucaram até Chico se ausentar do palco. Dois bis! E, no primeiro, a minha grande e doce surpresa: “Futuros amantes”. Chico despede-se com “Na carreira” e sai, tímido e calado. Lindo, amável, amado e poeta.

20 de outubro de 2011


O meu amor tem um jeito manso que é só seu...

16 de outubro de 2011

Agora eu era o herói
E o meu cavalo só falava inglês
A noiva do cowboy
Era você além das outras três...
Eu enfrentava os batalhões
Os alemães e seus canhões
Guardava o meu bodoque
E ensaiava um rock para as matinês.

Agora eu era o rei
Era o bedel e era também juiz
E pela minha lei
A gente era obrigado a ser feliz.
E você era a princesa
Que eu fiz coroar
E era tão linda de se admirar
Que andava nua pelo meu país.

Não, não fuja não
Finja que agora eu era o seu brinquedo
Eu era o seu pião
O seu bicho preferido.
Vem, me dê a mão
A gente agora já não tinha medo
O tempo da maldade
Acho que a gente nem tinha nascido.

Agora era fatal
Que o faz-de-conta terminasse assim
Pra lá deste quintal
Era uma noite que não tem mais fim.
Pois você sumiu no mundo
Sem me avisar
E agora eu era um louco a perguntar
O que é que a vida vai fazer de mim.

João e Maria - Chico Buarque

2 de outubro de 2011


Me ensina a não andar com os pés no chão
Para sempre é sempre por um triz
Aí, diz quantos desastres tem na minha mão
Diz se é perigoso a gente ser feliz...

Chico Buarque